Angiografia cerebral
A angiografia digital cerebral é um método que permite estudar ao mesmo tempo os vasos extra e intracranianos, através de um cateterismo é possível avaliar de forma dinâmica e de forma específica diversas doenças vasculares. Por isso, apesar de ser invasiva e de existirem métodos não-invasivos de exploração da circulação encefálica, da cabeça/do pescoço e da medula, a angiografia mantém a sua utilidade imprescindível, para fecharmos o diagnóstico com exatidão e estabelecermos como será o tratamento da doença.
As indicações mais comuns de angiografia cerebral e dos troncos supra-aórticos são:
1- Investigação detalhada de lesões vasculares intracranianas.
2- Hemorragia cerebral (aneurismas, MAVs, FDs etc)
3- Isquemia cerebral sem causa cardíaca (valvopatia) ou hematológica (trombofilia).
4- Traumatismo crânio-cervical penetrante ou fechado.
5- Investigação de tumores hipervasculares ou tumores que invadam vasos.
6- Confirmação e quantificação acurada das estenoses dos troncos supra-aórticos.
Como será feito o exame de angiografia cerebral?
No dia do procedimento, você se apresentará ou será transportado para a área de neurointervenção na sala de hemodinâmica. Colocaremos um avental e te levaremos para a sala de angiografia, onde o colocaremos em uma mesa, será realizado a limpeza e antissepsia, além de ser depilada a região da virilha ou do punho. Durante o procedimento, você ficará deitado de costas neste local, com a cabeça imóvel. Você será coberto campos estéreis durante todo o procedimento, com apenas a cabeça para fora durante o procedimento.
Um de meus colegas ou eu e todo o restante da equipe iremos nos vestir com “roupas” de chumbo e aventais, máscara e luvas esterilizados e iniciaremos o procedimento. Primeiro vamos anestesiar a pele da sua virilha/punho, o mesmo tipo de medicamento que você recebe no consultório do dentista. Como você sabe, isso significará uma picada de alfinete e você sentirá uma queimação localizada na área que dura alguns segundos.
Assim que a área estiver dormente, colocaremos uma agulha no vaso sanguíneo da sua perna e trocaremos essa agulha por um cateter que é um tubo longo e fino. Durante esse período, você sentirá alguma pressão dos dedos na virilha, mas não deverá sentir nenhuma dor. Assim que colocarmos o cateter no lugar, avançaremos esse cateter em uma das artérias do seu pescoço. Você não sentirá nada até injetarmos algo no cateter. No início, você pode sentir uma sensação de frio em metade do rosto ou pode reconhecer um gosto salgado na boca. Então, você pode sentir uma leve sensação de calor na mesma área e/ou sentir um gosto metálico na boca que também dura apenas alguns segundos.
Em seguida, nos prepararemos para tirar nossas primeiras “fotos”. Durante os poucos segundos necessários para esta injeção de contraste, é importante permanecer perfeitamente imóvel. Você pode sentir um pouco de calor em metade do rosto, pode sentir uma leve pressão atrás dos olhos e pode até ver estrelas por alguns segundos. Isso desaparecerá rapidamente e tudo deverá voltar ao normal.
Após a conclusão do procedimento, retiraremos o cateter da virilha e aplicaremos alguma pressão na virilha para evitar sangramento. Na maioria dos casos, poderemos colocar um pequeno tampão no orifício da parede do seu vaso para evitar ainda mais qualquer sangramento e aplicaremos pressão na região da virilha por alguns minutos. Se colocarmos este tampão na parede do vaso, limitaremos o seu repouso na cama a seis a oito horas após o procedimento, sem que você mova a perna. Caso o estudo seja feito pelo punho esse tempo geralmente é menor. Este período de seis a oito horas nos dará tempo suficiente para ficar de olho em você e ter certeza de que tudo está bem antes da alta. Pedimos que um amigo ou familiar esteja disponível para levá-lo para casa. Também pediremos que você evite levantamento de peso ou exercícios extenuantes nas próximas 24 a 48 horas. Depois disso, você poderá retornar às atividades normais.
Angiografia medular
Exame de arteriografia medular com reconstrução na workstation e fusão óssea, melhor método de imagem para a avaliação e topografar as patologias vasculares na medula espinhal.
A angiografia medular exige o cateterismo de múltiplas artérias e está indicada em situações mais restritas:
- Hemorragias medulares.
- Mielopatia progressiva associada à presença de circulação venosa anômala (dilatações, tortuosidades) à ressonância magnética.
- Marcação específica da lesão para melhor orientar o tratamento cirúrgico de doenças medulares e aórticas.
- Investigação de tumores hipervascularizados e malformações vasculares dos corpos vertebrais e paraespinais.
- Hemorragias meníngeas não explicadas da fossa posterior.
Não existem contra-indicações absolutas para angiografia, mas nos pacientes com alto risco, como os ateroscleróticos graves e os alérgicos ao meio de contraste iodado, ou com baixa probabilidade de portar doenças graves, é recomendável considerar uma exploração não-invasiva, ao menos para avaliação inicial.
Como será feito o exame de angiografia medular?
Da mesma forma que a angiografia cerebral, porém será realizado com anestesia geral, pois algumas imagens deverão ser realizadas sob apneia, para que identifiquemos com precisão diversas artérias que nutrem a medula e seus territórios adjacentes.