
Como é tratada uma malformação arteriovenosa?
As opções de tratamento da malformação arteriovenosa dependem de:
- O tipo, tamanho e localização da MAV e a anatomia de suas artérias e veias.
- Risco de ruptura de MAV.
- Seus sintomas.
- Sua idade.
- Sua saúde geral.
Idealmente, o objetivo do tratamento da malformação arteriovenosa é reduzir a chance de sangramento ou fazer com que desapareça permanentemente. Existem várias maneiras diferentes de tratá-lo. Esses tipos de tratamento incluem cirurgia aberta, cirurgia endovascular, ou radiação concentrada para MAV. Qualquer tipo de intervenção apresenta benefícios e riscos que dependem da sua saúde geral e das características da sua MAV.
Em geral, tratar uma malformação arteriovenosa o mais rápido possível costuma ser a melhor maneira de evitar complicações graves.
Cada pessoa apresenta uma forma peculiar de MAV, ou seja não existe uma MAV igual a outra. Além disso, não existem ferramentas perfeitas para tomada de decisão. Seu médico assistente conversará com você e sua família sobre sua situação e a melhor maneira de abordar sua MAV.
Uma MAV pode estar numa área onde os perigos de uma abordagem terapêutica representam um risco maior do que não fazer nada. Se for esse o caso, seu médico irá monitorar cuidadosamente sua MAV com exames de imagem ao longo do tempo. Se a MAV começar a mostrar sinais de alteração, indicando um risco aumentado de sangramento, seu médico poderá considerar o tratamento naquele momento.
Medicamentos
Os medicamentos podem aliviar alguns dos sintomas das MAVs. Estes incluem:
Medicamentos anticonvulsivantes.
Analgésicos para dor de cabeça e dores nas costas.
Medicamentos para reduzir a pressão arterial.
Procedimentos
Os médicos especialistas em tratar a MAV podem tentar uma ou mais destas abordagens:
Cirurgia para remoção da MAV. A cirurgia envolve fazer uma craniectomia (abrir o crânio) e realizar um corte próximo do local da MAV, selar as artérias e veias circundantes para que não sangrem e, em seguida, remover a MAV. O neurocirurgião redireciona o fluxo sanguíneo para os vasos sanguíneos normais. Você fará uma tomografia cerebral ou uma ressonância magnética, para garantir que a cirurgia removeu ou destruiu completamente a MAV. Caso ainda haja alguma dúvida, poderá ser realizada uma angiografia digital por subtração, com o objetivo de definir se ainda existe resíduo da MAV no pós-operatório ou não. Você também terá que permanecer internado no hospital por alguns dias e passará por um período de reabilitação.
Embolização. Neste procedimento, o neurorradiologista intervencionista, faz uma pequena incisão de poucos milímetros na região da virilha e ou no punho, inserindo um introdutor valvulado, o qual é inserido um cateter que é “navegado” através de uma máquina de hemodinâmica, até o local da MAV. Uma vez lá, o neurorradiologista intervencionista (NRI) pode liberar diversos materiais endovasculares tais como espirais (coils), e ou cola (cianocrilato), e ou uma substância semelhante a cola o Álcool Vinil Etileno (EVOH). Tais materiais podem ser utilizados individualmente ou associados, normalmente são liberados na região central da MAV, chamada NIDUS. Esse material retarda ou interrompe o fluxo sanguíneo da MAV. O NRI pode lançar mão dessa opção terapêutica com o objetivo de tratamento curativo definitivo ou auxiliar o neurocirurgião em casos de MAVs volumosas, neste caso mais de uma sessão pode estar sendo ponderada. Nestas situações, além de retardar o fluxo sanguíneo na MAV, pode auxiliar reduzir a probabilidade de ruptura imediata, disponibilizando tempo para a melhor estratégia terapêutica.
Radiocirurgia Gamma Knife®. Esta abordagem utiliza feixes de radiação altamente focados que lentamente encolhem, cicatrizam e dissolvem uma MAV ao longo de alguns anos ou tornam a MAV mais fácil de remover com cirurgia.
Complicações do tratamento
As complicações ou efeitos colaterais do tratamento da malformação arteriovenosa podem incluir:
- Dor de cabeça.
- Inchaço/ Edema cerebral.
- Fraqueza muscular de um lado
- Efeitos na fala, audição ou visão.
- AVC isquêmico
- Cistos cerebrais após a radioterapia
Resultados que não são completos, não duram ou demoram meses para atingir o efeito total.
Complicações graves que podem ser incapacitantes ou fatais.
As MAVs são doenças complexas, que são classificadas basicamente conforme o risco de ruptura, localização e tamanho, logo o seu médico deve ponderar o melhor tratamento de cada caso em específico, a neurorradiologia intervencionista vem avançando com novas técnicas e materiais super-específicos para o tratamento das MAVs ao longo dos anos. Não deixe de consultar um NRI antes decidir oque fazer.